E não me esquecer, ao começar o trabalho, de me preparar para errar.
Não esquecer que o erro muitas vezes se tinha tornado o meu caminho.
Todas as vezes em que não dava certo o que eu pensava ou sentia –
é que se fazia, enfim, uma brecha, e, se antes eu tivesse tido coragem,
já teria entrado por ela.
Mas eu sempre tivera medo de delírio e erro.
Meu erro, no entanto, devia ser o caminho de uma verdade:
pois só quando erro é que saio do que conheço e do que entendo.
Se a verdade fosse aquilo que posso entender – terminaria sendo
apenas uma verdade pequena, do meu tamanho.
(Clarice Lispector. A paixão segundo G.H. 1990)
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